Em disputa política pós-eleições, Câmara aprova derrubada do decreto de
Dilma
Deputados aprovaram projeto que cancela o decreto do governo que
institui a Política Nacional de Participação Social.
O governo perdeu a primeira votação na Câmara dos Deputados depois da
reeleição da presidente Dilma Rousseff. A oposição conseguiu o apoio de
partidos da base, como PMDB e PP, e conseguiu aprovar o projeto do líder
do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), que susta o decreto da presidente
que criou a Política Nacional de Participação Social (Decreto8.243/14).
A decisão final será tomada pelo Senado, para onde seguirá o projeto
(PDC1491/14).
O decreto presidencial causa polêmica no Congresso desde junho. Até
mesmo o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves, já chegou
a se pronunciar em Plenário contra a norma por considerar que ela invade
prerrogativas do Congresso. Alves disse que a sessão que derrubou o
decreto foi histórica e comemorou a “manifestação de altivez e
democracia desta Casa”.
Apenas o PT, o PCdoB, o Psol e parte do Pros ficaram ao lado do governo
e tentaram inviabilizar a votação com a apresentação de requerimentos –
todos os demais partidos se uniram à oposição. Foram necessárias duas
horas e meia de discussão para vencer a obstrução imposta pelos três
partidos, mas o decreto presidencial acabou derrotado em umavotação
simbólica.
A líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ), minimizou o resultado.
“Estou vendo uma certa alegria no Plenário pela possibilidade de
derrotar o decreto, como se isso fosse uma derrota retumbante do
governo, mas depois da vitória retumbante da presidente Dilma isso é uma
coisa menor”, disse a líder. Para ela, o tema dos conselhos populares
pode ser retomado em um projeto de lei.
Participação
O decreto que a Câmara sustou cria um sistema de participação chefiado
pela Secretaria-Geral da Presidência da República. Estão previstos um
conselho permanente; comissões temáticas; conferências nacionais
periódicas; uma ouvidoria pública federal; mesas de diálogo; fóruns
interconselhos; audiências e consultas públicas; e ambiente virtual de
participação social.
A intenção é permitir que as entidades influenciem as políticas e os
programas de governo e consolidar a participação como um método de
governo.
Não agradou ao Congresso, no entanto, o ponto do decreto que dá ao
secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, o poder
de indicar os integrantes das instâncias de participação e definir a
forma de participação.
Mendonça Filho disse que o projeto tem viés autoritário. “Impõe, via
decreto presidencial, um modelo de consulta à população que é definido
pelo Poder Executivo. É uma forma autocrática, autoritária, passando por
cima do Parlamento, do Congresso Nacional, da Casa do Povo, de
estabelecer mecanismos de ouvir a sociedade”, criticou.
Para o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), os conselhos criados serão
comandados “da antessala da Presidência da República”.
Já o líder do PSDB, deputado Antonio Imbassahy (BA), disse que o decreto
inverte a lógica da democracia representativa. “Com esse decreto, a
presidente Dilma quer que a escolha dos representantes do povo seja
feita pelo governo do PT”, disse.
Debate eleitoral
Durante a discussão, deputados do PT e do PSol disseram várias vezes que
a oposição pretendia criar um “terceiro turno eleitoral” durante a
votação do projeto para sustar o decreto de participação.
Para o líder do governo, deputado Henrique Fontana (PT-RS), o decreto
apenas fortalece um conjunto de conselhos. “Ele melhora e amplia a
participação da sociedade no controle da gestão pública”, declarou.
É o mesmo argumento do deputado Afonso Florence (BA), que é vice-líder
do PT. “Não há uma linha sequer neste decreto que prove a subtração de
prerrogativas do Legislativo. Ele fortalece a democracia, com a
participação da sociedade civil, dos movimentos sociais organizados,
setores empresariais, acadêmicos, instituições de pesquisa”, opinou.
Votação
Ao realizar votações na semana que sucedeu o segundo turno das eleições,
o Plenário da Câmara quebrou a tradição das últimas eleições. Em 2002,
2006 e 2010, o Plenário só voltou a realizar votações na segunda semana
depois do resultado das urnas.
31/10/2014 às 16:23
Brincando com fogo, excelências?
Escrito por: Alessandra Niro
Fonte: Outras Palavras
Srs. Deputados, por favor parem com esse mimimi sobre a inconstitucionalidade do
Decreto Presidencial Nº 8.243 . Afinal, qual foi a surpresa, por que tanto
espanto? Essa não foi a primeira (e nem última vez) que recebem um decreto
presidencial, e é fato notório que o executivo quase governa por Decretos e
Medidas Provisórias. Há quanto tempo e por quantas vezes vocês os receberam e os
aprovaram calmamente?
O tamanho desse incômodo parece mais um preciosismo para esconder podridões. E,
afinal, o que a participação social tem de “insana” ou a ver com a “existência
de 40 ministérios” ou com a escolha do staff governamental? Que argumentação é
essa? Os simulacros não se sustentam mais tão facilmente.
Entendo que estejam irritados porque as pessoas comuns foram às ruas, disputaram
discursos, ideias. Entendo que Henrique Alves está chateado por ter perdido as
eleições, que metade do PMDB não gostou do resultado; que o PSB está em crise de
identidade e que PSDB e DEM, juntinhos, decidiram apertar o governo. Entendo,
mas não adianta mandar recados, faremos valer nossos direitos.
topo-posts-margem
Entendo também que a prática dos que rechaçaram o Decreto tem a ver com
interesses partidários pouco republicanos de muitos dos senhores, e apenas
corrobora com uma já generalizada desconfiança, partilhada por todas as classes
e meios, sobre os que legislam para poucos e ignoram a maioria.
Sim, a realidade não está fácil e o descontentamento paira sobre muitas cabeças.
Entendo também que os que barraram a Política Nacional de Participação Social
(PNPS) devem estar mesmo com raiva. Saíram de alguma forma derrotados pelas
urnas e sabem o que acontece quando a sociedade ocupa as ruas. Ruas sempre tão
sedutoras… Sei que não esqueceram tão rápido de Junho de 2013. Lembro bem como
os senhores voltaram correndo de seus estados, trabalharam de segunda a sexta em
turnos regulares de trabalho, fazendo por pressão e no grito o que sempre
deveriam ter feito, e o que são mais do que bem-pagos para fazer. Óbvio, estamos
conscientes que fizeram muita fita, mas nós não somos meras plateias, estamos
ativas no processo.
Realmente detesto ter que concordar com os comentários recentes sobre alguns
partidos e parlamentares toscos e anacrônicos que temos, cujas composturas
indicam total desrespeito à democracia. Que feio, senhores. Brincando com fogo?
Não vai ser tão difícil conseguir aliados. Seja de direitas, de esquerdas, de
centros ou independentes, ainda tem muita gente cujo voto não tem preço. Pela
PNPS, em todas as regiões e partidos será possível conseguir aliados/as.
Desenhando: 40 milhões de pessoas que votaram em branco, mais oito milhões que
defendem o plebiscito sobre a Reforma Política não irão divergir num tentativa
tão óbvia de retrocesso democrático. Qualquer pessoa sabe como funcionam as
redes, o quanto as articulações sociais se multiplicam e como as informações
circulam entre bytes e bits rapidamente. Existem organizações e movimentos, a
sociedade é múltipla e nem sempre tem donos.
Finalmente, registro que refiro-me apenas aos “Senhores Deputados” porque, de
fato, essa maioria masculina na política deixa muito a desejar. Tenho certeza de
que se fossemos metade + 1 no Congresso, nós, mulheres, iríamos aprovar sem
grandes dramas esse Decreto, uma demanda de anos de uma parte bem significativa
da população brasileira. A situação é, pois, muito grave: além de terem uma
noção limitada e limitante de Democracia, ao que parece, muitos dos Senhores
sequer sabem fazer contas.
Sem meu voto e sem afeto, despeço-me.
31/10/2014 às 15:38
Direita derrota participação popular
Escrito por: Altamiro Borges
Fonte: Blog do Miro
Passada a eleição, com seu resultado bem apertado, a disputa política no Brasil
deverá se intensificar e radicalizar. Isto ficou patente na primeira contenda na
Câmara Federal, na noite desta terça-feira (28). PSDB, DEM e PPS, entre outras
legendas de direita derrotadas no pleito, uniram-se a setores de centro-direita
do PMDB para rejeitar o decreto da presidenta Dilma que amplia a democracia no
país, com a realização de consultas populares e a criação de conselhos da
sociedade. PT, PCdoB e PSOL ficaram isolados na defesa do projeto. Eles ainda
tentaram adiar a votação, para superar o clima de ressentimento eleitoral, mas
não obtiveram êxito. A direita nativa, com sua mídia na vanguarda, festejou a
vitória!
O decreto presidencial irá agora para votação no Senado, mas o cenário é ainda
mais inóspito. O senador Renan Calheiros (PMDB), presidente da casa, já anunciou
que “essa coisa de criação de conselhos é conflituosa e não prospera no
parlamento. Deverá cair”. Ele ainda não fixou a data de votação, mas a mídia
direitista exige pressa. Depois da surra que levaram nas urnas, os barões da
mídia querem retomar a ofensiva, acuando a presidenta reeleita. A direita teme
que o adiamento da votação possibilite o retorno da pressão dos movimentos
sociais e sirva para desmascarar as forças políticas contrárias a ampliação dos
mecanismos de participação popular – uma das exigências das jornadas de junho do
ano passado.
Os tucanos e os demos não escondem seu medo à ampliação da democracia. Para o
líder do DEM, Mendonça Filho (PE), a realização de consultas públicas e a
criação dos conselhos representam um perigo. “O PT quer criar o bolivarianismo,
aparelhar os conselhos para ignorar o Congresso e referendar as decisões do
governo”, discursou no plenário da Câmara. No mesmo rumo, vários deputados do
PSDB também esbravejaram contra o projeto – evidenciando que abandonaram há
muito tempo o seu verniz socialdemocrata. Já o presidente da Câmara Federal,
Henrique Alves (PMDB), ressentindo com sua derrota na disputa do governo do Rio
Grande do Norte, liderou a votação contra o projeto.
A reação raivosa ao decreto presidencial confirma a postura autoritária da
direita nativa. Como afirmou o líder do governo, deputado Henrique Fontana
(PT-RS), “fico impressionado com isso, com a falta de diálogo. O decreto não
cria novos conselhos, só estabelece regras para aumentar a participação popular
e fortalece os conselhos existentes”. Já o ministro da Secretaria-Geral da
Presidência, Gilberto Carvalho, lamentou a votação e polemizou com os que
derrotaram o projeto: “Nada mais anacrônico e contra os ventos da história, nada
mais do que uma tentativa triste de se colocar contra uma vontade irreversível
do povo brasileiro, que é a vontade da participação”.
A votação desta quarta-feira indica que o quadro político está se alterando
rapidamente, com uma forte tendência à radicalização. No artigo abaixo, o
jornalista Breno Altman, editor do site Opera Mundi, aponta quais seriam os
desafios para esta nova fase:
*****
Maioria de centro-direita ameaça o governo
A derrubada do decreto sobre participação popular revela, ao mesmo tempo, o
caráter antidemocrático do conservadorismo e seu avanço contra o petismo.
Mas iludem-se os que acham ter sido ocasional a aliança entre a oposição de
direita e os partidos de centro, especialmente boa parcela do PMDB.
A polarização eleitoral, com choque frontal de projetos para o país, modificou o
cenário político. Atraiu para o campo petista forças sociais e de esquerda que
haviam se afastado nos últimos anos. Mas erodiu o apoio de grupos centristas
cuja adesão ao governo era tática ou fisiológica.
Ao menos metade dos deputados e senadores do PMDB apoiou Aécio Neves no segundo
turno. O mesmo se passou com outros partidos da base aliada.
O bloco conservador, insuflado pelos meios de comunicação e importantes
corporações econômicas, busca aceleradamente construir um acordo que isole e
paralise o governo.
Outro lance importante dessa estratégia foi o ataque frontal à proposta de
plebiscito para a reforma política. As principais lideranças do PMDB se
associaram ao PSDB, ao PPS e ao DEM para refutar a iniciativa.
O próximo lance neste jogo deverá ser o empenho para fazer de Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) presidente da Câmara dos Deputados, a despeito do PT ter a maior
bancada.
Listado entre os supostos beneficiários de desvios na Petrobrás, o deputado
fluminense trata de costurar pactos que, na eventualidade de nova CPI sobre o
caso, proteja a si próprio e seus aliados. De preferencia, transformando o PT no
alvo preferencial das investigações.
A recondução de Renan Calheiros para a chefia do Senado, ou sua substituição por
outro cacique da mesma tribo, consolidaria o cerco parlamentar à presidente.
O fato é que está se inviabilizando uma estratégia de governabilidade baseada
centralmente em acordos parlamentares ou lastreada na coalizão prioritária com o
PMDB.
Talvez houvesse alguma chance de sucesso se Dilma e seu partido aceitassem a
chantagem, renunciando a partes fundamentais do programa vitorioso nas urnas e
cedendo a políticas e interesses do neoconservadorismo.
Ainda assim, eventualmente desidratado e descredenciado junto à sua própria base
social, o governo poderia ser visto como objetivo vulnerável, apropriado para um
ataque frontal.
O governo e o PT precisam, com rapidez, decantar uma estratégia diferente para
um distinto período político. Aliás, como tem afirmado o presidente da legenda,
Rui Falcão.
O centro desta retificação estaria no estímulo à “energia mobilizadora”
ressurgida durante a campanha, lembrada pela presidente em seu discurso da
vitória, adotando todas as medidas para construir uma política de
governabilidade social, vertebrada pela mobilização das ruas.
O governo não irá muito longe sem pressionar o parlamento de fora para dentro,
fazendo da costura política um instrumento para formar maiorias a partir do
confronto de posições na sociedade. Essa abordagem, diga-se, tem sido defendida
por Ricardo Berzoini, ministro das Relações Institucionais.
O ponto de convergência estaria na campanha popular por um plebiscito que
convoque Constituinte exclusiva para a reforma política. Trata-se, afinal, do nó
górdio a ser desatado para remover a hegemonia conservadora sobre o Estado,
acelerando e aprofundando as demais reformas.
Tal processo, finalmente, obrigaria à revisão da política de alianças. O PT
poderia forjar uma frente parlamentar de esquerda, associado ao PC do B, além de
deputados e senadores progressistas do PDT, do PSB, do PROS e do próprio PMDB,
mas que também se abrisse para o PSOL.
Esta frente deveria ser parte de uma coalizão orgânica mais ampla, que agrupasse
também os movimentos sociais e os sindicatos, as organizações populares e
juvenis, em defesa de um programa mínimo de reformas.
O que não deveria se perder de vista é que a última jornada eleitoral mudou o
patamar da disputa política no país. Velhas ideias precisam ser superadas para
se seguir adiante.
Participação Social, o novo fantasma das elites
29 de outubro de 2014 Dialogos do Sul
Brasil, democracia participativa, Dilma Roussef, Ladislau Dowbor, participação
social
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Reação feroz dos conservadores ao decreto de Dilma revela incapacidade
de compreender sociedades atuais e interesse de manter política
como monopólio dos “representantes”
Ladislau Dowbor*
Ladislau-Dowbor.-Perfil-DiálogosO texto na nossa Constituição é claro, e se
trata nada menos do que do fundamento da democracia: “Todo poder emana do povo,
que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição.” Está logo no artigo 1º, e garante portanto a participação cidadã
através de representantes ou diretamente. Ver na aplicação deste artigo, por um
presidente eleito, e que jurou defender a Constituição, um atentado à democracia
não pode ser ignorância: é vulgar defesa de interesses elitistas por quem
detesta ver cidadãos se imiscuindo na política. Preferem se entender com
representantes.
participabrA democracia participativa em nenhum lugar substituiu a democracia
representativa. São duas dimensões de exercício da gestão pública. A verdade é
que todos os partidos, de todos os horizontes, sempre convocaram nos seus
discursos a que população participe, apoie, critique, fiscalize, exerça os seus
direitos cidadãos. Mas quando um governo eleito gera espaços institucionais para
que a população possa participar efetivamente, de maneira organizada, os
agrupamentos da direita invertem o discurso.
É útil lembrar aqui as manifestações de junho do ano passado. As multidões que
manifestaram buscavam mais quantidade e qualidade em mobilidade urbana, saúde,
educação e semelhantes. Saíram às ruas justamente porque as instâncias
representativas não constituíam veículo suficiente de transmissão das
necessidades da população para a máquina pública nos seus diversos níveis. Em
outros termos, faltavam correias de transmissão entre as necessidades da
população e os processos decisórios.
Os resultados foram que se construíram viadutos e outras infraestruturas para
carros, desleixando o transporte coletivo de massa e paralisando as cidades. Uma
Sabesp vende água, o que rende dinheiro, mas não investe em esgotos e
tratamento, pois é custo, e o resultado é uma cidade rica como São Paulo que
vive rodeada de esgotos a céu aberto, gerando contaminação a cada enchente. Esta
dinâmica pode ser encontrada em cada cidade do país onde são algumas
empreiteiras e especuladores imobiliários que mandam na política tradicional,
priorizando o lucro corporativo em vez de buscar o bem estar da população.
Participação funciona. Nada como criar espaços para que seja ouvida a população,
se queremos ser eficientes. Ninguém melhor do que um residente de um bairro para
saber quais ruas se enchem de lama quando chove. As horas que as pessoas passam
no ponto de ônibus e no trânsito diariamente as levam a engolir a revolta, ou
sair indignadas às ruas. Mas o que as pessoas necessitam é justamente ter canais
de expressão das suas prioridades, em vez de ver nos jornais e na televisão a
inauguração de mais um viaduto. Trata-se aqui, ao gerar canais de participação,
de aproximar o uso dos recursos públicos das necessidades reais da população.
Inaugurar viaduto permite belas imagens; saneamento básico e tratamento de
esgotos muito menos.
Mas se para muitos, e em particular para a grande mídia, trata-se de uma defesa
deslavada da política de alcova, para muitos também se trata de uma
incompreensão das próprias dinâmicas mais modernas de gestão pública.
encontro-psUm ponto chave, é que o desenvolvimento que todos queremos está cada
vez mais ligado à educação, saúde, mobilidade urbana, cultura, lazer e
semelhantes. Quando as pessoas falam em crescimento da economia, ainda pensam em
comércio, automóvel e semelhantes. A grande realidade é que o essencial dos
processos produtivos se deslocou para as chamadas políticas sociais. O maior
setor econômico dos Estados Unidos, para dar um exemplo, é a saúde,
representando 18,1% do PIB. A totalidade dos setores industriais nos EUA emprega
hoje menos de 10% da população ativa. Se somarmos saúde, educação, cultura,
esporte, lazer, segurança e semelhantes, todos diretamente ligados ao bem estar
da população, temos aqui o que é o principal vetor de desenvolvimento. Investir
na população, no seu bem estar, na sua cultura e educação, é o que mais rende.
Não é gasto, é investimento nas pessoas.
A característica destes setores dinâmicos da sociedade moderna é que são
capilares, têm de chegar de maneira diferenciada a cada cidadão, a cada criança,
a cada casa, a cada bairro. E de maneira diferenciada porque no agreste terá
papel central a água; na metrópole, a mobilidade e a segurança e assim por
diante. Aqui funciona mal a política centralizada e padronizada para todos: a
flexibilidade e ajuste fino ao que as populações precisam e desejam são
fundamentais, e isto exige políticas participativas. Produzir tênis pode ser
feito em qualquer parte do mundo, coloca-se em contêiner e se despacha para o
resto do mundo. Saúde, cultura, educação não são enlatados que se despacham. São
formas densas de organização da sociedade.
Eu sou economista, e faço as contas. Entre outras contas, fizemos na
Pós-Graduação em Administração da PUC-SP um estudo da Pastoral da Criança. É um
gigante, mais de 450 mil pessoas, organizadas em rede, de maneira participativa
e descentralizada. Conseguem reduzir radicalmente, nas regiões onde trabalham,
tanto a mortalidade infantil como as hospitalizações. O custo total por criança
é de 1,70 reais por mês. A revista Exame publica um estudo sobre esta
Organização da Sociedade Civil (OSC), porque tenta entender como se consegue
tantos resultados com tão poucos recursos. Não há provavelmente instituição mais
competitiva, mais eficiente do que a Pastoral, se comparada com as grandes
empresas, bancos ou planos privados de saúde. Cada real que chega a organizações
deste tipo se multiplica.
A explicação desta eficiência é simples: cada mãe está interessada em que o seu
filho não fique doente, e a mobilização deste interesse torna qualquer
iniciativa muito mais produtiva. Gera-se uma parceria em que a política pública
se apoia no interesse que a sociedade tem de assegurar os resultados que lhe
interessam. A eficiência aqui não é porque se aplicou a última recomendação dos
consultores em kai-ban, kai-zen, just-in-time, lean-and-mean, TQM e semelhantes,
mas simplesmente porque se assegurou que os destinatários finais das políticas
se apropriem do processo, controlem os resultados.
DemocraciaAs organizações da sociedade civil têm as suas raízes nas comunidades
onde residem, podem melhor dar expressão organizada às demandas, e sobre tudo
tendem a assegurar a capilaridade das políticas públicas. Nos Estados Unidos, as
OSCs da área da saúde administram grande parte dos projetos, simplesmente porque
são mais eficientes. Não seriam mais eficientes para produzir automóveis ou
represas hidroelétricas. Mas nas áreas sociais, no controle das políticas
ambientais, no conjunto das atividades diretamente ligadas à qualidade do
cotidiano, são simplesmente indispensáveis. O setor público tem tudo a ganhar
com este tipo de parcerias. E fica até estranho os mesmos meios políticos e
empresariais que tanto defendem as parceiras público-privadas (PPPs), ficarem
tão indignados quando aparece a perspectiva de parcerias com as organizações
sociais. O seu conceito de privado é muito estreito.
Eu, de certa forma graças aos militares, conheci muitas experiências pelo mundo
afora, trabalhando nas Nações Unidas. Todos os países desenvolvidos têm ampla
experiência, muito bem sucedida, de sistemas descentralizados e participativos,
de conselhos comunitários e outras estruturas semelhantes. Isto não só torna as
políticas mais eficientes, como gera transparência. É bom que tanto as
instituições públicas como as empresas privadas que executam as políticas tenham
de prestar contas. Democracia, transparência, participação e prestação de contas
fazem bem para todos. Espalhar ódio em nome da democracia não ajuda nada.
*Ladislau Dowbor é do núcleo fundador de Diálogos do Sul
28/10/2014 - 22h13
Plenário aprova projeto que cancela a Política Nacional de Participação Social
Projeto seguirá para o Senado.
O Plenário da Câmara aprovou nesta terça-feira o projeto (PDC 1491/14) que anula
o decreto presidencial que criou a Política Nacional de Participação Social, com
diversas instâncias para que a sociedade influencie as políticas públicas. Foram
necessárias duas horas e meia para vencer a obstrução do PT, PCdoB e Psol que
tentaram impedir a votação.
A oposição – apoiada pelo PMDB, pelo PSD e outros partidos da base – critica o
decreto por considerar que ele invade prerrogativas do Congresso Nacional e pode
significar uma tentativa de aparelhamento do Estado, já que toda a participação
será coordenada pela Secretaria-Geral da Presidência.
O governo, por outro lado, afirma que o decreto tem como objetivo ampliar o
diálogo do Executivo com os movimentos sociais.
Após a votação, a sessão do Plenário foi encerrada.
28/10/2014 - 22h06
Líder do PT defende decreto sobre política de participação social
O líder do PT, deputado Vicentinho (SP), disse há pouco que uma eventual
derrubada do Decreto presidencial 8.243/14, que criou a Política Nacional de
Participação Social, não impõe um derrota pessoal à presidente Dilma Rousseff.
“Quem acha que, derrubando o decreto, está impondo uma derrota à presidente, se
engana. A derrubada desse decreto é, na verdade, um golpe no povo e na sua
capacidade de participação na política”, disse o líder do PT.
Ao defender a importância da participação popular, Vicentinho destacou ainda a
necessidade de um plebiscito para consultar a população sobre a reforma
política. “A luta por esse plebiscito é uma demanda das manifestações de junho
do ano passado. Nós não somos donos do nosso mandato, o povo é o dono do nosso
mandato e a ele devemos nos remeter”, completou.
O Plenário da Câmara dos Deputados analisa neste momento o PDC 1491/14, que
susta o decreto da Política Nacional de Participação Social.
28/10/2014 - 21h48
Rejeitado pedido de votação artigo por artigo de projeto dos conselhos populares
O Plenário rejeitou, por 247 votos a 3, requerimento do PT para votar artigo por
artigo o projeto (PDC 1491/14) que anula o decreto presidencial que criou a
Política Nacional de Participação Social. Desde o início da noite, o partido tem
lançado mão de vários requerimentos para tentar impedir a votação do projeto.
A oposição – apoiada pelo PMDB, pelo PSD e outros partidos da base – critica o
decreto por considerar que ele invade prerrogativas do Congresso Nacional e pode
significar uma tentativa de aparelhamento do Estado, já que toda a participação
será coordenada pela Secretaria-Geral da Presidência.
O governo, por outro lado, afirma que o decreto tem como objetivo ampliar o
diálogo do Executivo com os movimentos sociais.
28/10/2014 - 21h28
Conselhos populares não afrontam a democracia, diz líder do Pros
O líder do Pros, deputado Givaldo Carimbão (AL), citou há pouco artigo do
ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira publicado em junho na imprensa, no qual
ele descarta a ideia de que a criação dos conselhos de participação popular seja
uma afronta à democracia representativa.
“O decreto não é uma ameaça à democracia; pelo contrário, revela seu avanço
relativo. O decreto não põe em discussão o caráter representativo da democracia,
mas estabelece um mecanismo um pouco mais formalizado por meio do qual o governo
poderá ouvir melhor as demandas e propostas da sociedade civil”, destacou
Carimbão, ao ler parte do texto de Bresser-Pereira.
O líder do Pros destacou ainda a parte do artigo que diz que, no Brasil, a
democracia participativa surgiu com o PMDB, no governo de André Franco Montoro,
em São Paulo. “O Decreto 8.243 não legisla sobre nada. Todas as formas de
participação previstas nele já existem atualmente e isso não implica o
surgimento de um poder paralelo”, completou Carimbão.
Decreto
O Decreto 8.243/14, publicado no final de maio, criou a Política Nacional de
Participação Social para permitir que a sociedade participe da tomada de
decisões do Poder Executivo. A política cria várias instâncias de participação
que serão coordenadas pela Secretaria-Geral da Presidência da República.
Pelo texto, os órgãos públicos deverão considerar as instâncias de participação
social para a formulação, a execução, o monitoramento e a avaliação de seus
programas e políticas públicas, respeitando as especificidades de cada caso.
O Plenário da Câmara dos Deputados analisa neste momento o PDC 1491/14, que
susta o decreto da Política Nacional de Participação Social.
28/10/2014 - 21h24
Rejeitado novo pedido de adiamento de projeto contra conselhos populares
O Plenário da Câmara dos Deputados rejeitou há pouco requerimento do PT para
adiar a votação do projeto (PDC 1491/14) que anula o decreto presidencial que
criou a Política Nacional de Participação Social. Desde o início da noite, o
partido tem lançado mão de vários requerimentos para tentar inviabilizar a
votação deste projeto nesta terça-feira. Agora, o PT pretende aprovar um
requerimento para que a votação seja artigo por artigo.
A oposição – apoiada pelo PMDB, pelo PSD e outros partidos da base – critica o
decreto por considerar que ele invade prerrogativas do Congresso Nacional e pode
significar uma tentativa de aparelhamento do Estado, já que toda a participação
será coordenada pela Secretaria-Geral da Presidência.
O governo, por outro lado, afirma que o decreto tem como objetivo ampliar o
diálogo do Executivo com os movimentos sociais.
28/10/2014 - 21h03
Concluída fase de discussão do projeto sobre conselhos populares
O Plenário aprovou há pouco requerimento de encerramento de discussão e
encaminhamento do projeto que anula o decreto presidencial que criou a Política
Nacional de Participação Social (PDC 1491/14). O projeto entrou na pauta em
julho deste ano, mas ainda não foi votado diante do embate entre governo e
oposição. O PT continua na estratégia de obstruir a votação e apresentou
requerimentos para adiar o início da votação.
O projeto, de autoria do líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), obteve
apoio da oposição e de partidos da base, como PMDB e PP. Contra a proposta estão
o PT, o PCdoB, o Psol e parte do Pros.
O argumento da oposição é de que o tema deveria ser tratado na forma de um
projeto de lei e não por um decreto presidencial. Eles também criticam o
aparelhamento do governo. Já os governistas dizem que o projeto apenas organiza
instâncias de participação já existentes.
O decreto cria um sistema de participação chefiado pela Secretaria-Geral da
Presidência da República. Estão previstos um conselho permanente; comissões
temáticas; conferências nacionais periódicas; uma ouvidoria pública federal;
mesas de diálogo; fóruns interconselhos; audiências e consultas públicas; e
ambiente virtual de participação social.
Os integrantes de cada instância de participação e a forma de participação serão
definidos pelo secretario-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.
Esse é o ponto de maior crítica pela oposição e por governistas.
28/10/2014 - 21h11
Líder do PSDB critica política de participação social do governo
O líder do PSDB, deputado Antonio Imbassahy (BA), disse há pouco que a Política
Nacional de Participação Social, criada pela presidente Dilma Rousseff por meio
do Decreto federal 8.243/14, pretende inverter a lógica da democracia
representativa.
“Com esse decreto, a presidente Dilma quer que a escolha dos representantes do
povo seja feita pelo governo do PT”, disse Imbassahy, que é favorável ao início
imediato da votação do Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 1491/14, que
pretende anular o decreto presidencial.
Por outro lado, diante da dificuldade de acordo sobre o assunto, lideranças do
PT, do Pros e do PCdoB continuam tentando evitar a votação, para manter os
efeitos do decreto presidencial.
Favorável à política de participação popular, a deputada Jandira Feghali
(PCdoB-RJ) voltou a dizer que as diferentes instâncias de participação social
previstas no decreto da presidente Dilma não afrontam prerrogativas do
Congresso.
Para o deputado Sibá Machado (PT-AC), a democracia não é só o exercício do voto.
“A população quer participar das decisões dos governos”, disse.
28/10/2014 - 20h48
Deputado do PSDB pede fim da política dos conselhos populares
Parlamentares do PT, no entanto, defendem conselhos populares previstos em
decreto do governo.
O deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) defendeu há pouco a derrubada
do decreto presidencial que criou a Política Nacional de Participação Social. “É
importante que cada deputado leia o texto [do decreto] antes de votar. Ele diz
que os órgãos públicos deverão considerar as instâncias de participação social
para a formulação, execução, monitoramento e avaliação de seus programas e
políticas públicas”, disse Thame.
“Ou seja, são esses órgãos da democracia direta que vão dar a última palavra, e
isso não está entre os mecanismos de democracia direta previstos na própria
Constituição”, disse Thame.
Para o deputado, o mais grave é a previsão de que os integrantes dos conselhos
populares sejam escolhidos pela Secretaria-Geral da Presidência da República.
Deputados do PT
Por outro lado, o deputado Alessandro Molon (PT-RJ) entende que os conselhos
servirão apenas para balizar as propostas que o Executivo enviará para a análise
do Parlamento. “É falso que o decreto usurpe o papel do Congresso”, disse.
O deputado Sibá Machado (PT-AC) também considera que o decreto apenas
sistematiza como a sociedade vai poder participar do processo político. “Eu cito
o caso dos conselhos tutelares, onde há uma votação para escolher os
conselheiros dos municípios. Em muitos casos, essa eleição chega a ser mais
movimentada do que a eleição para a Câmara de Vereadores”, disse.
Sibá Machado acrescentou que o decreto é simplesmente um mecanismo para permitir
que o gestor público escute a sociedade.
O Plenário da Câmara dos Deputados analisa neste momento o PDC 1491/14, que
susta o decreto da Política Nacional de Participação Social.
28/10/2014 - 20h35
Plenário derrota outra tentativa de adiar votação sobre conselhos populares
Os deputados rejeitaram há pouco um novo requerimento do PT para tentar
inviabilizar a votação do projeto (PDC 1491/14) que anula o decreto presidencial
que criou a Política Nacional de Participação Social. O partido, no entanto, se
mantém firme na obstrução e já apresentou outro requerimento para adiar a
votação.
PT, PCdoB e Psol querem inviabilizar a votação da proposta, que divide governo e
oposição desde junho. Eles já apresentaram outros requerimentos para tentar
adiar a votação.
28/10/2014 - 20h21
Plenário mantém em pauta projeto que cancela decreto de participação social
O Plenário decidiu, por 253 votos contra 4, continuar na noite desta terça-feira
o processo de votação do projeto (PDC 1491/14) que anula o decreto presidencial
que criou a Política Nacional de Participação Social.
PT, PCdoB e Psol querem inviabilizar a votação da proposta, que divide governo e
oposição desde junho. Eles já apresentaram outros requerimentos para tentar
adiar a votação.
A oposição – apoiada pelo PMDB, pelo PSD e outros partidos da base – critica o
decreto por considerar que ele invade prerrogativas do Congresso Nacional e pode
significar uma tentativa de aparelhamento do Estado, já que toda a participação
será coordenada pela Secretaria-Geral da Presidência.
O governo, por outro lado, afirma que o decreto tem como objetivo ampliar o
diálogo do Executivo com os movimentos sociais.
28/10/2014 - 20h09
Plenário decidirá no voto se mantém em pauta PDC dos conselhos populares
O PT pediu que cada parlamentar registre no painel a sua opinião sobre a
continuação da votação do projeto (PDC 1491/14) que anula o decreto presidencial
que criou a Política Nacional de Participação Social. Em pauta, está um
requerimento para votação nominal do requerimento de retirada de pauta do
projeto – parte da estratégia de obstrução liderada por PT, PCdoB e Psol contra
a derrubada do decreto presidencial.
O PT já pediu um novo painel e apresentou outros requerimentos para adiar a
votação em Plenário.
Esse projeto foi apresentado em junho e, desde então, vem dividindo governo e
oposição. A oposição – apoiada pelo PMDB e pelo PSD – critica o decreto por
considerar que ele invade prerrogativas do Congresso Nacional e pode significar
uma tentativa de aparelhamento do Estado, já que toda a participação será
coordenada pela Secretaria-Geral da Presidência.
O governo, por outro lado, afirma que o decreto tem como objetivo ampliar o
diálogo do Executivo com os movimentos sociais.
28/10/2014 - 20h05
DEM critica tentativa do PT de retirar de pauta projeto dos conselhos populares
O líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), criticou há pouco a tentativa do
PT de retirar de pauta o projeto que anula a Política Nacional de Participação
Social do governo federal (PDC 1491/14). “Não entendo a posição do PT, que
insiste em retirar de pauta esse decreto legislativo, que reúne apoio de
diversos líderes de partidos”, disse.
Quatro partidos de oposição (PSDB, PPS, SD e DEM) fecharam posição em reunião
hoje de que não aceitam votar qualquer proposta antes de o Plenário votar o PDC
1491.
Segundo Mendonça, o Plenário deve se posicionar sobre a política criada pela
presidente Dilma Rousseff por meio do Decreto federal 8.243/14. “A presidente
reeleita prega o diálogo, chama a Nação para uma ampla negociação, incluindo uma
reforma política, mas, ao mesmo tempo impõe, por decreto, um sistema de consulta
à população que depende de indicações do próprio Poder Executivo”, disse
Mendonça Filho. “Se querem insistir, vamos para o voto, deixe o Parlamento
decidir”, completou.
Por outro lado, o PT e alguns partidos da base aliada são contra o PDC e
defendem a manutenção da política, que regulamenta o funcionamento dos conselhos
populares em todo o País. Para o deputado Afonso Florence (PT-BA), a política de
participação popular fortalece a democracia e não interfere nas prerrogativas do
Congresso.
“Não há uma linha sequer neste decreto que diga que ele subtrai prerrogativas do
Legislativo, pelo contrário”, disse Florence. “Talvez o líder do DEM, herdeiro
do PFL e da ditadura militar, desconheça o que é participação popular”,
completou.
28/10/2014 - 19h45
PT quer retirar de pauta projeto que cancela política de participação social
Depois de exigir um novo registro de presença dos parlamentares, o PT agora quer
retirar de pauta o projeto (PDC 1491/14) que anula o decreto presidencial que
criou a Política Nacional de Participação Social, com diversas instâncias para
que a sociedade influencie as políticas públicas. Os pedidos dos petistas fazem
parte de uma estratégia de obstrução para impedir que o PDC seja votado.
Esse projeto foi apresentado em junho e, desde então, vem dividindo governo e
oposição. A oposição – apoiada pelo PMDB e pelo PSD – critica o decreto por
considerar que ele invade prerrogativas do Congresso Nacional e pode significar
uma tentativa de aparelhamento do Estado, já que toda a participação será
coordenada pela Secretaria-Geral da Presidência.
O governo, por outro lado, afirma que o decreto tem como objetivo ampliar o
diálogo do Executivo com os movimentos sociais.
Eleições 2014
Henrique Alves coloca em pauta votação de projeto que susta decreto de Dilma
sobre conselhos populares
RICARDO DELLA COLETTA E DAIENE CARDOSO - O ESTADO DE S. PAULO
28 Outubro 2014 | 19h 00
Oposição e até mesmo partidos da base aliada consideram que o decreto é uma
ingerência em prerrogativas do Legislativo e têm atuado para derrubá-lo
Brasília - O presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN),
colocou na pauta de votação da noite desta terça-feira, 28, o projeto que susta
os efeitos de um decreto da presidente Dilma Rousseff que criou novas instâncias
de participação popular. A oposição e até mesmo partidos da base aliada
consideram que o decreto de Dilma é uma ingerência em prerrogativas do
Legislativo e têm atuado para derrubá-lo. O líder do DEM, deputado Mendonça
Filho (PE), acusou a medida tomada pela petista de "bolivarianista".
"Vou convocar uma sessão extraordinária para fazer o que prometi: a votação que
susta um decreto daqueles conselhos. Todos sabem que esta Casa quer se
manifestar sobre isso", declarou Alves.
Para tentar evitar uma derrota apenas dois dias depois da reeleição de Dilma, o
PT e legendas fiéis ao Palácio do Planalto devem trabalhar para obstruir a
sessão. Editado no final de maio, o decreto institui a Polícia Nacional de
Participação Social (PNPS) e o Sistema Nacional de Participação (SNPS). O texto,
apesar de não criar novos conselhos de consulta popular, estabelece que órgãos e
entidades da administração pública federal, direta e indireta, deverão ouvir
instâncias de participação social para a formulação de políticas públicas. O
mesmo vale para agências reguladoras.
Henrique Alves, que se elegeu deputado pela primeira vez em 1971, concorreu
neste ano ao governo do Rio Grande do Norte e foi vencido por Robinson Faria
(PSD). O peemedebista credita sua derrota a um vídeo de apoio a seu adversário
gravado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Apesar disso, ele nega que esteja "retaliando" o Palácio do Planalto ao pautar a
derrubada dos conselhos populares. De acordo com ele, o tema tem inviabilizado
que as discussões na Casa avancem há pelo menos três meses. "É uma
desinformação. Há três meses, no processo eleitoral, abria no mesmo item. Como
não havia entendimento, a sessão caia por falta de quórum e ficava por isso
mesmo", disse Alves.
Eleições 2014
TAGS: Eleições, Henrique Alves, conselhos populares
RAFAEL SOLEIMAN FRANCO
28 de Outubro de 2014 | 22h30
Gregório, cuidado. Isso é o que eles querem que você pense quando na verdade vão
colocar sindicatos/militantes pró governo como líderes desses conselhos para
forçar aprovações a favor do governo. Uma espécie de czarismo. Fique atento!
DENUNCIAR
ROBERTO LEONE
28 de Outubro de 2014 | 22h24
é mais uma tentativa de golpe desta senhora que precisa fazer um Pronac antes de
assumir a presidência. Porém há alguns desavisados que acha que é o povo que irá
participar destes conselhos. Não deu certo em nenhum lugar do mundo, por que
aqui haveria de dar...Deus nos acuda disto e tomara que vetem.
DENUNCIAR
PLINIO SANTOS
28 de Outubro de 2014 | 21h58
Os poderes tem suas funções e o poder legislativo é que tem que legislar, e não
o poder executivo. O Brasil virou uma ditadura ? Essas pessoas atualmente no
poder viviam a reclamar do tempo da ditadura, mas quer fazer igual as vezes
pior.
28/10/2014 - 18h41
PT inicia obstrução a projeto que cancela política de participação social
O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, iniciou há pouco
uma sessão extraordinária para votar o projeto (PDC 1491/14) que anula o decreto
presidencial que criou a Política Nacional de Participação Social, com diversas
instâncias para que a sociedade influencie as políticas públicas. Para adiar o
início da votação, o PT pediu um novo painel – o que exige que os deputados
marquem presença novamente.
O PDC foi apresentado em junho e, desde então, vem dividindo governo e oposição.
A oposição – apoiada pelo PMDB e pelo PSD – critica o decreto por considerar que
ele invade prerrogativas do Congresso Nacional e pode significar uma tentativa
de aparelhamento do Estado, já que toda a participação será coordenada pela
Secretaria-Geral da Presidência.
O governo, por outro lado, afirma que o decreto tem como objetivo ampliar o
diálogo do Executivo com os movimentos sociais. Além disso, para o governo, as
críticas da oposição fazem parte de uma estratégia eleitoral.
Orçamento Impositivo
Também está na pauta a chamada PEC do Orçamento Impositivo (358/13), que obriga
o governo a liberar todas as emendas individuais de deputados e senadores ao
Orçamento – dinheiro indicado para obras e serviços nas bases eleitorais dos
parlamentares. Parte dessas emendas deve ser obrigatoriamente aplicada em saúde.
O texto da PEC já foi aprovado em primeiro turno em maio deste ano. A votação
não seguiu adiante, porém, por causa da discussão em torno de um destaque
apoiado pela bancada da saúde, que quer retirar da PEC os limites gerais de
financiamento para o setor. Esses limites são definidos hoje em lei, o que a
bancada da saúde quer manter, já que a lei é mais fácil de alterar.
28/10/2014 - 18h30
Plenário pode votar hoje projeto dos conselhos populares
O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, anunciou
há pouco que o Plenário pode votar hoje, em sessão extraordinária, o
projeto que derruba a Política Nacional de Participação Social (PDC1491/14).
Alves disse que vai pautar a proposta para evitar que partidos de
oposição obstruam as votações. Se o projeto for votado, outras matérias
poderão ser analisadas ainda hoje.
Em reunião nesta manhã, líderes do DEM, do PSDB, do PPS e do SD
ameaçaramobstruiras
votações se o projeto dos conselhos não entrar na pauta.
“Está na hora de o projeto entrar na pauta e ir a voto”, disse Alves,
que pretende colocar em votação, nos próximos dias, propostas como o
Orçamento Impositivo das emendas parlamentares (PEC358/13)
e a aposentadoria integral para o servidor que se aposentar por
invalidez (PEC170/12).
Alves afirmou que, no caso da PEC 170, o governo pediu mais tempo para
analisá-la por causa da retroatividade da medida.
Biodiversidade
As sessões ordinárias do Plenário estãotrancadaspela
proposta que cria novas regras sobre pesquisa e exploração do patrimônio
genético de plantas e animais e de conhecimentos tradicionais associados
(PL7735/14).
O líder do governo, deputado Henrique Fontana (PT-RS), disse que
concordou em se reunir amanhã com asfrentes
parlamentaresambientalista
e da agropecuária para tentar chegar a um acordo sobre o projeto.
28/10/2014 - 16h32
Oposição decide obstruir Plenário até votação do projeto dos conselhos
populares
Os líderes da oposição se reuniram hoje pela manhã para discutir, entre
outros pontos, as votações deste ano e a estratégia de atuação conjunta
no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
Segundo o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), a ideia é obstruir
todas as votações até que seja votado o projeto de decreto legislativo
que pretende derrubar a Política Nacional de Participação Social, do
governo federal (PDC 1491/14). “Vamos obstruir os trabalhos até o fim do
ano, enquanto o decreto não for votado”, afirmou.
Segundo Mendonça Filho, se for possível pular o primeiro item da pauta
da reunião ordinária de hoje, que tranca as votações, o PDC seria votado
já na sessão ordinária. Se não for possível, seria o primeiro item da
reunião extraordinária também prevista para hoje. A pauta do Plenário
está trancada pela proposta que cria novas regras sobre pesquisa e
exploração do patrimônio genético de plantas e animais e de
conhecimentos tradicionais associados (PL 7735/14). O texto é do
Executivo.
O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, já teria
sinalizado a intenção de votar a proposta, segundo o líder do DEM.
Câmara derruba decreto de conselhos populares e impõe 1ª derrota a Dilma após reeleição
Dois dias após ser reeleita, a presidente Dilma Rousseff sofreu sua primeira derrota na Câmara dos Deputados. Os parlamentares aprovaram nesta terça-feira (28) um projeto que susta os efeitos de um decreto da petista que vincula decisões governamentais de interesse social à opinião de conselhos e outras formas de participação popular.
O texto segue para votação no Senado. A derrubada da medida foi capitaneada pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), com apoio do PMDB, principal aliado do Planalto, partidos da base aliada e da oposição. O PT, PC do B e PSOL, favoráveis à consulta popular, ficaram isolados na defesa da proposta.
O projeto de Dilma foi rejeitado por votação simbólica, que não contabiliza os votos.
O decreto é polêmico. Partidos de oposição e alguns integrantes da base governista alegam que o ato fere prerrogativas do Legislativo. Além disso, dizem que a intenção do governo é aparelhar o processo de decisão governamental, a exemplo do que ocorre na Venezuela.
O texto determina que os órgãos da administração pública federal "deverão considerar" as novas regras, entre elas o desenvolvimento de mecanismos de participação dos "grupos sociais historicamente excluídos" e a consolidação "da participação popular como método de governo".
A expressão "deverão considerar" é central para o debate. O governo diz que não há obrigação do gestor de submeter os atos aos conselhos, apenas o estímulo. Oposição e congressistas têm interpretação contrária.
Além disso, o decreto estabelece orientações genéricas de como se dará a composição desses conselhos. A norma instituiu a chamada Política Nacional de Participação Social (PNPS), com o objetivo de "consolidar a participação social como método de governo" e aprimorar "a relação do governo federal com a sociedade".
Atualmente, há 40 conselhos e comissões de políticas públicas no Brasil, formados por 668 integrantes do governo e 818 representantes da sociedade. As atribuições variam de acordo com cada conselho, que podem ser consultivos, deliberativos, ou os dois.
Para o líder do PT, Vicentinho (SP), a votação na Câmara foi motivada por "birra pós-eleitoral". "A presidente quer ampliar a participação popular", afirmou.
Autor do projeto que cancela os conselhos, o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), disse que era preciso reverter " esse decreto bolivariano".
O deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) disse que a rejeição do decreto é educativa para Dilma. "Essa derrota é para manifestar que o discurso de diálogo, pregado pela presidente, não pode ficar só na teoria", afirmou.
"É uma votação histórica, é a manifestação de altivez desta Casa", afirmou Alves.
RETALIAÇÃO
A derrota de Dilma foi colocada por petistas na conta pessoal de Alves, que creditaram a movimentação à ressaca por sua derrota na disputa pelo governo do Rio Grande do Norte. O presidente da Câmara atribuiu ao PT, em especial ao ex-presidente Lula, que gravou vídeo para seu adversário, seu desgaste nas urnas.
O peemedebista negou que a deliberação das propostas seja retaliação ao governo. Ele afirmou que há três meses o projeto sobre os conselhos estão como o item prioritário da pauta. Ao longo da sessão que durou mais de duas horas, o deputado cobrou a presença dos parlamentares em plenário e pressa nas falas dos deputados.
Segundo líderes aliados, Alves voltou com "sangue nos olhos", sem disposição para o diálogo. Antes de chamar a votação do decreto e marcar para os próximos dias a análise de propostas com impacto fiscal, a chamada pauta-bomba, o peemedebista cobrou o PT por ter manobrado para impedir o avanço de uma proposta de reforma política fechada no ano passado, após os protestos de junho.
A fala ocorre depois de a presidente Dilma Rousseff ter apresentado como uma de suas principais bandeiras para o segundo mandato a realização de plebiscito para discutir uma reforma.
"Na Comissão de Constituição e Justiça, uma obstrução do PT impediu que fosse votada [a proposta]. Então, não é apenas discurso de fazer [a reforma política]. É tomar posições para perder ou para ganhar", afirmou Alves.
Alves costurou nesta terça o apoio dos líderes para destravar a reforma política na CCJ. Ele recolheu 15 assinaturas em um requerimento pedindo que a comissão analise a proposta discutida no ano passado.
Entre as medidas que fazem parte desta reforma que está engavetada, estão o fim da reeleição para cargos no Executivo, o fim do voto obrigatório, facilidades para criação de partidos, medidas para restringir a atuação de legendas com desempenho ruim nas eleições para deputados federais, além de engessar alianças eleitorais.
Antes de desembarcar na Câmara, ele ainda conversou com o vice-presidente, Michel Temer. Interlocutores disseram que Alves avisou sobre o clima e a pauta complicada para o retorno da Câmara após as eleições.
Seguindo orientação de correligionários, ele evitou polemizar com o ex-presidente Lula e afirmou que já "deletou" o episódio. Ele destacou ainda que tem "maturidade" para entender "circunstâncias do momento".
A aliados, Alves tem dito que pretende retornar ao Rio Grande do Norte, quando deixar o comando da Câmara em janeiro. Ele afirmou ainda que não está em seus planos assumir um eventual ministério da cota do PMDB em um novo mandato de Dilma.
Câmara derruba decreto de conselho popular de Dilma
RICARDO DELLA COLETTA E DAIENE CARDOSO - O ESTADO DE S. PAULO
28 Outubro 2014 | 22h 37
PMDB lidere rebelião na base aliada que susta os efeitos da criação de
novas instâncias de participação popular
Apenas dois dias depois da vitória da presidente Dilma Rousseff, o PMDB
da Câmara liderou uma nova rebelião da base aliada e, junto com a
oposição, provocou a primeira derrota do Palácio do Planalto após a
reeleição da petista. Apesar das manobras regimentais do PT para evitar
a conclusão da votação em plenário, os deputados aprovaram o projeto que
susta os efeitos de um decreto editado por Dilma que criou novas
instâncias de participação popular.
"Essa derrota é para mostrar que o discurso de diálogo não pode ficar na
teoria", disse o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) em um recado
direto à presidente reeleita. Em seu discurso da vitória, no último
domingo, a petista defendeu o díalogo com todos os setores.
André Dusek/Estadão
Oposição comemora anulação do decreto presidencial que criou os
conselhos populares
Editado no final de maio, o decreto de Dilma institui a Polícia Nacional
de Participação Social (PNPS) e o Sistema Nacional de Participação
(SNPS). O texto, apesar de não criar novos conselhos populares,
estabelece que órgãos e entidades da administração pública federal,
direta e indireta, deverão ouvir instâncias de participação social para
a formulação de políticas públicas. O mesmo vale para agências
reguladoras.
Desde que foi publicada, a medida tem sido bombardeada pela oposição e
por integrantes da própria base, que a acusam de ferir prerrogativas do
Congresso Nacional e de ser "bolivarianista".
O líder do DEM, deputado Mendonça Filho, classificou a proposta da
presidente de "autoritária" e disse que ela está "passando por cima do
Parlamento". "Ele é (um decreto) espelhado na Venezuela de Hugo Chávez.
É um projeto que verdadeiramente afronta o Legislativo", declarou.
O deputado Afonso Florence (PT-BA), por sua vez, rebateu as críticas da
oposição e alegou que o texto editado por Dilma apenas "organiza um
sistema de conselhos que já existe". "Não há uma linha que possa ser
citada para dizer que este decreto subtrai prerrogativas do
Legislativo", disse o petista.
Preocupados com a perspectiva de um revés pouco depois da reeleição de
Dilma, o PT obstruiu a sessão e acusou a oposição de buscar um "terceiro
turno" da sucessão presidencial. Entretanto, na primeira votação de um
requerimento que visava retirar o projeto de Mendonça Filho da pauta, o
PT, PCdoB e PSOL ficaram isolados. Além do PMDB, siglas da base como
PSD, PR e PDT foram contra a orientação do Palácio do Planalto. Com sua
aprovação, a proposta ainda precisará ser analisada pelo Senado.
Quebra de braço. O confronto entre governo e oposição em torno da
suspensão do decreto da presidente Dilma vem se estendendo ao longo dos
últimos meses. O baixo quórum registrado nos meses em virtude da
campanha eleitoral inviabilizaram a aprovação de qualquer matéria na
Câmara.
Mesmo com o impasse, o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo
Alves (PMDB-RN), bancou a votação e tomou a dianteira para que o
processo fosse concluído ainda na noite desta terça-feira. Ele se elegeu
deputado pela primeira vez em 1970 e concorreu neste ano ao governo do
Rio Grande do Norte, mas foi vencido pelo vice-governador Robinson Faria
(PSD). O peemedebista credita sua derrota a um vídeo de apoio a seu
adversário gravado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar
disso, Alves nega que esteja "retaliando" o Palácio do Planalto ao
pautar um projeto que pode causar um revés ao Palácio do Planalto. De
acordo com ele, o tema tem inviabilizado que as discussões na Casa
avancem há pelo menos três meses. "É uma desinformação. Há três meses,
no processo eleitoral, abria (a votação) no mesmo item. Como não havia
entendimento, a sessão caia por falta de quórum e ficava por isso
mesmo", disse Alves.
O peemedebista também anunciou quer votar nos próximos dias uma proposta
de emenda à Constituição (PEC) que torna obrigatório o pagamento de
emendas parlamentares individuais. Chamada de PEC do Orçamento
Impositivo, esse projeto é uma promessa de campanha de Henrique Alves,
que quer vê-lo aprovado antes de deixar o Congresso. Integram a lista de
"projetos-bomba" do peemedebista a proposta que concede aposentadoria
integral para o servidor que se aposentar por invalidez, outra que
recupera o número de salários mínimos a que tinha direito o aposentado
na concessão do benefício, o aumento de repasses do Fundo de
Participação dos Municípios e o adicional noturno para policiais e para
bombeiros.
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