Transparência Internacional
A Transparência Internacional é uma organização não-governamental que tem como
principal objectivo a luta contra a corrupção. Foi fundada em março de 1993 e
encontra-se sediada em Berlim.
Fundação: maio de 1993
Fundadores: Peter Eigen, George Moody Stuart, Fritz Heimann, Kamal Hossain,
Dolores L. Español, Hansjörg Elshorst, Jeremy Pope, Obiageli Ezekwesili, Frank
Vogl, Joe Githongo, Jerry Parfitt, Olusegun Obasanjo, Michael Hershman
Brasil cai no ranking da Transparência Internacional
Folhapress
03/12/13
O Brasil aparece na 72ª colocação no ranking mundial de combate à corrupção que
será divulgado nesta terça-feira (3) em Berlim pela ONG Transparência
Internacional.
http://www.transparency.org/cpi2013/results
O país caiu três posições em relação a 2012 e permanece no grupo de alerta,
formado por nações que não conseguem diminuir a percepção de corrupção com os
anos.
Numa escala de 0 (altamente corrupto) a 100 (muito
transparente), o Brasil atingiu 42 pontos, um a menos que 2012, e integra os
dois terços entre os 177 países avaliados que não conseguem superar a faixa dos
50.
O Brasil empatou com São Tomé e Príncipe, Bósnia Herzegovina,
Sérvia e África do Sul.
Na América Latina, está atrás de Chile, Uruguai, Costa Rica e Cuba, entre
outros.
Entretanto, ganha de Argentina, Venezuela, Paraguai, Bolívia e Equador.
No mundo, perde para nações como Croácia, Malásia, Turquia e Gana.
Dinamarca e Nova Zelândia atingiram o melhor desempenho (91 pontos), seguidos
por Finlândia, Suécia e Noruega. Empataram na última colocação Somália, Coreia
do Norte e Afeganistão.
O ranking da Transparência Internacional é divulgado desde 1995 e e se baseia em
dados levantados por 13 instituições internacionais, entre elas o Banco Mundial,
o Fórum Econômico Mundial, o banco africano de desenvolvimento e consultorias
como a ISH Global Insight, que estuda 203 países do mundo.
São avaliados, por exemplo, acesso a informação pública, regras de
comportamentos de servidores, prestação de contas dos recursos e a eficácia de
órgãos.
O Brasil cai três posições no ano seguinte à aplicação da Lei da Ficha Limpa, da
implementação da Lei de Acesso à Informação, e durante o período de prisão dos
políticos envolvidos no mensalão.
Para Alejandro Salas, diretor de América Latina da Transparência Internacional,
o resultado mostra que, apesar de alguns avanços, o Brasil caminha a passos
lentos.
"No caso do Brasil, percebe-se que, mesmo sendo uma economia emergente, querendo
se posicionar, isso não é suficiente. Os cidadãos, por exemplo, muitas vezes
pedem o fim da corrupção, mas somos os primeiros a pagar um suborno", disse.
Ele destaca que a punição dos envolvidos no mensalão é um passo importante, mas
não significa que o desvio de dinheiro está no fim no país.
Salas ressalta ainda a estagnação dos demais países da América Latina, que não
conseguem melhorar o desempenho no ranking.
2013
Rank
Rank
Country
Country
Score
Score
Surveys used
Surveys Used
CI: Lower
CI: Upper
2012 SCORE
1
Denmark
91
7
87
95
90
1
New Zealand
91
7
87
95
90
3
Finland
89
7
86
92
90
3
Sweden
89
7
85
93
88
5
Norway
86
7
82
90
85
5
Singapore
86
9
82
90
87
7
Switzerland
85
6
81
89
86
8
Netherlands
83
7
80
86
84
9
Australia
81
8
79
83
85
9
Canada
81
7
77
85
84
11
Luxembourg
80
6
75
85
80
12
Germany
78
8
74
82
79
12
Iceland
78
6
73
83
82
14
United Kingdom
76
8
74
78
74
15
Barbados
75
3
63
87
76
15
Belgium
75
7
71
79
75
15
Hong Kong
75
8
71
79
77
18
Japan
74
9
70
78
74
19
United States
73
9
66
80
73
19
Uruguay
73
6
71
75
72
21
Ireland
72
6
65
79
69
22
Bahamas
71
3
69
73
71
22
Chile
71
9
68
74
72
22
France
71
8
67
75
71
22
Saint Lucia
71
3
70
72
71
26
Austria
69
8
64
74
69
26
United Arab Emirates
69
7
61
77
68
28
Estonia
68
9
64
72
64
28
Qatar
68
6
56
80
68
30
Botswana
64
7
61
67
65
31
Bhutan
63
4
59
67
63
31
Cyprus
63
5
57
69
66
33
Portugal
62
7
57
67
63
33
Puerto Rico
62
3
52
72
63
33
Saint Vincent and the Grenadines
62
3
53
71
62
36
Israel
61
6
58
64
60
36
Taiwan
61
7
54
68
61
38
Brunei
60
3
43
77
55
38
Poland
60
10
56
64
58
40
Spain
59
7
51
67
65
41
Cape Verde
58
4
50
66
60
41
Dominica
58
3
54
62
58
43
Lithuania
57
8
51
63
54
43
Slovenia
57
9
51
63
61
45
Malta
56
5
52
60
57
46
South Korea
55
10
51
59
56
47
Hungary
54
10
48
60
55
47
Seychelles
54
4
41
67
52
49
Costa Rica
53
5
46
60
54
49
Latvia
53
8
47
59
49
49
Rwanda
53
5
44
62
53
52
Mauritius
52
5
50
54
57
53
Malaysia
50
9
44
56
49
53
Turkey
50
9
46
54
49
55
Georgia
49
6
38
60
52
55
Lesotho
49
5
43
55
45
57
Bahrain
48
5
39
57
51
57
Croatia
48
9
43
53
46
57
Czech Republic
48
10
43
53
49
57
Namibia
48
6
42
54
48
61
Oman
47
5
34
60
47
61
Slovakia
47
8
39
55
46
63
Cuba
46
4
39
53
48
63
Ghana
46
9
41
51
45
63
Saudi Arabia
46
5
35
57
44
66
Jordan
45
7
41
49
48
67
Macedonia FYR
44
6
36
52
43
67
Montenegro
44
4
40
48
41
69
Italy
43
7
39
47
42
69
Kuwait
43
5
37
49
44
69
Romania
43
9
38
48
44
72
Bosnia and Herzegovina
42
7
37
47
42
72
Brazil
42
8
36
48
43
72
Sao Tome and Principe
42
3
34
50
42
72
Serbia
42
7
36
48
39
72
South Africa
42
9
37
47
43
77
Bulgaria
41
9
36
46
41
77
Senegal
41
9
39
43
36
77
Tunisia
41
7
38
44
41
80
China
40
9
35
45
39
80
Greece
40
7
33
47
36
82
Swaziland
39
4
36
42
37
83
Burkina Faso
38
7
32
44
38
83
El Salvador
38
6
35
41
38
83
Jamaica
38
6
35
41
38
83
Liberia
38
7
33
43
41
83
Mongolia
38
7
34
42
36
83
Peru
38
7
34
42
38
83
Trinidad and Tobago
38
4
30
46
39
83
Zambia
38
8
35
41
37
91
Malawi
37
8
34
40
37
91
Morocco
37
8
32
42
37
91
Sri Lanka
37
7
34
40
40
94
Algeria
36
6
31
41
34
94
Armenia
36
6
30
42
34
94
Benin
36
6
30
42
36
94
Colombia
36
7
33
39
36
94
Djibouti
36
3
22
50
36
94
India
36
10
32
40
36
94
Philippines
36
9
32
40
34
94
Suriname
36
3
31
41
37
102
Ecuador
35
6
29
41
32
102
Moldova
35
8
30
40
36
102
Panama
35
6
31
39
38
102
Thailand
35
8
33
37
37
106
Argentina
34
8
30
38
35
106
Bolivia
34
7
28
40
34
106
Gabon
34
5
32
36
35
106
Mexico
34
9
31
37
34
106
Niger
34
5
28
40
33
111
Ethiopia
33
8
29
37
33
111
Kosovo
33
3
29
37
34
111
Tanzania
33
8
29
37
35
114
Egypt
32
7
27
37
32
114
Indonesia
32
9
26
38
32
116
Albania
31
7
28
34
33
116
Nepal
31
5
29
33
27
116
Vietnam
31
8
27
35
31
119
Mauritania
30
5
23
37
31
119
Mozambique
30
7
27
33
31
119
Sierra Leone
30
8
26
34
31
119
East Timor
30
3
25
35
33
123
Belarus
29
5
22
36
31
123
Dominican Republic
29
6
23
35
32
123
Guatemala
29
6
25
33
33
123
Togo
29
5
23
35
30
127
Azerbaijan
28
6
22
34
27
127
Comoros
28
3
16
40
28
127
Gambia
28
5
17
39
34
127
Lebanon
28
6
23
33
30
127
Madagascar
28
8
25
31
32
127
Mali
28
6
23
33
34
127
Nicaragua
28
7
24
32
29
127
Pakistan
28
8
23
33
27
127
Russia
28
9
24
32
28
136
Bangladesh
27
7
20
34
26
136
Ivory Coast
27
8
23
31
29
136
Guyana
27
4
22
32
28
136
Kenya
27
8
23
31
27
140
Honduras
26
6
22
30
28
140
Kazakhstan
26
8
21
31
28
140
Laos
26
4
18
34
21
140
Uganda
26
8
21
31
29
144
Cameroon
25
8
20
30
26
144
Central African Republic
25
4
16
34
26
144
Iran
25
6
19
31
28
144
Nigeria
25
9
20
30
27
144
Papua New Guinea
25
5
18
32
25
144
Ukraine
25
8
22
28
26
150
Guinea
24
7
18
30
24
150
Kyrgyzstan
24
6
20
28
24
150
Paraguay
24
5
19
29
25
153
Angola
23
7
18
28
22
154
Congo, Republic of
22
6
16
28
26
154
Congo, Democratic Republic of
22
5
15
29
21
154
Tajikistan
22
5
16
28
22
157
Burundi
21
5
17
25
19
157
Myanmar
21
6
15
27
15
157
Zimbabwe
21
8
14
28
20
160
Cambodia
20
7
15
25
22
160
Eritrea
20
4
2
38
25
160
Venezuela
20
7
16
24
19
163
Chad
19
5
13
25
19
163
Equatorial Guinea
19
3
15
23
20
163
Guinea Bissau
19
4
15
23
25
163
Haiti
19
5
14
24
19
167
Yemen
18
6
14
22
23
168
Syria
17
4
11
23
26
168
Turkmenistan
17
3
12
22
17
168
Uzbekistan
17
6
14
20
17
171
Iraq
16
4
12
20
18
172
Libya
15
6
10
20
21
173
South Sudan
14
3
11
17
0
174
Sudan
11
6
5
17
13
175
Afghanistan
8
3
3
13
8
175
North Korea
8
3
2
14
8
175
Somalia
8
4
5
11
8
Percepção sobre corrupção no Brasil aumenta
Entre 177 países avaliados, o País caiu três posições, da 69.ª para a 72.ª
colocação em ranking
03 de dezembro de 2013 | 3h 30
Jamil Chade - correspondente de O Estado de S.Paulo
GENEBRA - A percepção mundial sobre a corrupção no Brasil piorou em 2013 de
acordo com a classificação da entidade Transparência Internacional. Entre 177
países avaliados, o País caiu três posições, da 69.ª para a 72.ª colocação no
ranking que mede justamente as economias mais limpas do mundo.
O ranking, que será publicado nesta terça-feira, 3, é o principal termômetro
usado por instituições internacionais como uma base para medir a corrupção nos
países, além de avaliar possibilidades de investimento e a credibilidade do
sistema político. Quanto mais alto na classificação, mais "limpo" seria o país.
O índice de percepção da corrupção é realizado a partir de oito pesquisas
separadas, conduzidas com empresários, investidores e especialistas.
Neste ano, o ranking trouxe o Brasil com 42 pontos. No ano passado, o saldo da
avaliação era um pouco melhor - o País somava 43 pontos. De acordo com a
metodologia da entidade, países com uma pontuação abaixo de 50 teriam uma
situação de corrupção considerada "grave". Quanto mais alta a pontuação, mais
"limpo" o país.
Para Alejandro Salas, representante da Transparência Internacional, o resultado
da pesquisa "não é nada bom para o Brasil". "O País se apresenta como uma das
principais economias do mundo e quer ocupar uma posição geopolítica importante.
Não é uma boa notícia que fique na parte inferior do ranking", afirmou.
Sistema fiscal facilita fraudes no Brasil, diz
consultor
31 de outubro de 2013
GUSTAVO PORTO - Agência Estado
As fraudes e a corrupção são "reais e um perigo presente no Brasil", avaliou
hoje o sócio da PricewaterhouseCoopers (PwC) Martin Whitehead, especialista da
consultoria em investigações sobre os temas. "Eu trabalhei na África, achava que
lá havia corrupção, mas aqui é mais, pois o tamanho é maior, o setor público é
muito grande, muitas comissões são pagas e você precisa de licença e autorização
para tudo", disse ele, durante o evento "Compliance: o desafio da conformidade à
nova Lei Anticorrupção brasileira", organizado pela Fundação Dom Cabral, em São
Paulo. Whitehead lembrou que a complexidade do sistema fiscal brasileiro
facilita a corrupção no País.
Para ele, a percepção de corrupção é comum para muitos clientes da PwC que têm
intenção de investir no Brasil. "Apesar de no levantamento da percepção de
corrupção da Transparência Internacional o Brasil aparecer no meio da lista,
como quinta ou sexta economia do mundo isso é ruim. A nova lei é um ótimo
caminho, mas o Brasil deve pensar no nível da Europa."
O sócio da PwC elogiou a criação de várias legislações recentes anticorrupção em
países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), como
a lei brasileira (12.846/2013) deste ano, a do México (2012) e a de outros
países como Chile, Índia, Indonésia e Rússia. "Quase todos os países da OCDE
estão criminalizando a corrupção por conta da necessidade de ampliar o
comércio."
Whitehead citou uma pesquisa de 2011, a qual aponta que o crime mais comum em
companhias é a apropriação de ativos e avaliou que muitos clientes da
consultoria estão "acordando" para as investigações e o monitoramento de fraudes
internas, "especialmente na área de compras", onde há mais delitos segundo ele.
"Há softwares disponíveis para essa apuração", exemplificou. "O mapeamento de
riscos é importante para prevenir e um programa interno de compliance, com uma
due diligence, é fundamental porque auditorias externas não são suficientes para
apontar fraudes", afirmou.
Multinacionais brasileiras têm nota baixa contra corrupção
Transparência Internacional analisou ética corporativa nas multinacionais de
países emergentes; em escala de 0 a 10, empresas nacionais receberam média de
3,4
17 de outubro de 2013
Jamil Chade, correspondente do Estado
GENEBRA - Um estudo da Transparência Internacional divulgado nessa quarta-feira,
16, na Alemanha, mostra que as principais multinacionais brasileiras precisam
aprimorar os mecanismos de combate à corrupção, aumentar a transparência
organizacional e a prestação de contas sobre suas atividades no exterior. O
levantamento - Transparência em Relatórios Corporativos: Avaliando o Mercado das
Multinacionais Emergentes - faz uma análise da ética nos negócios por parte das
100 maiores companhias internacionais de 16 países emergentes.
Para a Transparência Internacional, as grandes empresas do Brics - bloco formado
por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - e de países como Chile,
Hungria, México, Turquia e Malásia, entre outros, ainda são pouco transparentes
e estão distantes dos modelos de combate à corrupção e de abuso de poder
adotados na Europa e nos Estados Unidos. Em uma escala de 0 a 10, na qual as
maiores notas indicam mais transparência, a média das 100 companhias foi de 3,6
e apenas 1 em 4 multinacionais receberam nota acima de 5.
As empresas brasileiras estão bem aquém dos critérios defendidos pela
Transparência Internacional. A nota média das 13 companhias analisadas foi de
3,4 - acima apenas do índice das 33 estatais chinesas analisadas, quando se
considera os cinco países do Brics. A mais bem classificada no ranking, a
Marcopolo, está em 30.º lugar, com nota 4,8, e apenas uma das empresas, a
Votorantim, tem regras explícitas de proibição ao pagamento de propina a agentes
públicos. O pior desempenho entre as brasileiras é o da Odebrecth, com 0,2 na
escala da entidade.
Publicidade. A metodologia da Transparência Internacional considera políticas
das companhias que são públicas - ou seja, não basta a empresa ter medidas de
controle interno, é preciso divulgá-las.
Segundo a Transparência Internacional, as multinacionais analisadas receberam da
entidade os dados levados em conta para o estudo e puderam comentar ou mesmo
corrigir as informações - das 100 empresas, apenas 17 responderam, incluindo as
brasileiras Brasil Foods, Gerdau, Natura, Petrobrás e Votorantim. Conforme a
entidade, esse processo levou a melhorias nos resultados de 12 das 17 empresas
que responderam aos dados apresentados.
A Transparência Internacional afirma que apenas 6 das 100 multinacionais
estudadas têm políticas claras de proibição a práticas como pagamento de propina
para acelerar entraves alfandegários ou trâmites burocráticos, além de casos de
suborno para assinar contratos com governos.
Multinacionais de países desenvolvidos, como a francesa Alstom e a alemã
Siemens, são acusadas de corromper agentes públicos em vários países, inclusive
no Brasil.
"O resultado de nosso levantamento não é bom", diz um comunicado da entidade.
"Essas são algumas das maiores empresas do mundo e têm um potencial de
crescimento incrível. Essa pesquisa mostra onde essas empresas falham e garante
informação para que se empurre essas empresas a fazer mais para combater o abuso
de poder, acordos secretos e propinas."
Entre as recomendações feitas pela entidade às companhias, aos governos, a
investidores e à sociedade civil, a primeira é defender que as multinacionais
dos Brics aprimorem suas políticas de ética nos negócios e, dessa forma, sirvam
de exemplo para os demais países.
Para a chefe da Transparência Internacional, Huguette Labelle, "chegou o momento
de mercados emergentes fazerem em sua parte para lutar contra a corrupção".