O cientista político espanhol Alfredo Ramos, 33 anos, mudou-se para o Brasil em
outubro de 2011 para pesquisar sobre democracia participativa, tema que será
usado em sua tese de doutorado. Bolsista da Agencia Española de Cooperación y
Desarrollo, estudante da Universidade Complutense de Madrid, o doutorando
desenvolve sua tese sobre conferências nacionais.
Participando como observador da Etapa Nacional da 1ª Conferência Nacional sobre
Transparência e Controle Social (1ª Consocial), Alfredo esteve presente, ainda,
nas Etapas Municipal e Livre de Belo Horizonte (MG) e nas Estaduais de Minas
Gerais e São Paulo. “Acredito que o fato de as pessoas de todo o Brasil terem o
direito de pensar democraticamente como melhorar o controle e a transparência já
é muito significativo. Depois melhora a capacidade de articulação cidadã para
pressionar as políticas públicas nos três níveis de governo”, diz.
Segundo Alfredo, o Brasil é o país com mais inovações participativas do mundo.
“Na Europa não existe nenhuma conferência nem nada parecido. Inovações como o
orçamento participativo começaram no início do ano 2000. O desenvolvimento
aconteceu depois dos diversos intercâmbios e troca de informações entre
movimentos sociais, municípios e pesquisadores. Na Europa existem
fundamentalmente mecanismos em nível local. Salvo experiências particulares, não
existe nada como as conferências nacionais realizadas no Brasil”, explica.
Quando o cientista político saiu de Madri, sua intenção era estudar a mudança do
padrão participativo do Brasil. “Acho ótimo o trabalho da Consocial em divulgar
o perfil dos participantes, porque em outras conferências que acompanho, como
Políticas para Mulheres e Assistência Social, isso não ocorre”, disse.
Para Alfredo, um dos impactos da Consocial será construir uma agenda cidadã e
governamental para a luta contra a corrupção a partir de muitas e diversificadas
propostas que amplificam a maneira de entender a transparência.